Olá amiguitos que já estão nos Playoffs!
Só vamos jogar na quarta, espero que dê tempo pra curar alguns machucados. Então vamos fazer outro passeio na história que ninguém lembra?
Quando falei de Jim Paek, eu coloquei os 3 pontos necessários pro cara entrar nessa coluna:
1 - Foram bem, até, mas foram apagados por nomes mais conhecidos;
2 - são tão ruins que você deliberadamente esquece;
3 - jogaram por tão pouco tempo que você nem se deu conta.
O exemplo de hoje é o lado perfeito da primeira condição.
Senhoras e senhores, MARTIN STRAKA. Olha como ele está feliz em estar aqui.
Straka. Mais um Checo. Ou, como ele jogava há uns 20 anos atrás, CHECO-ESLOVACO. Sei lá se é assim.
Natural de Plzeň, ou Pilsen (tipo a cerveja), Marty chegou a NHL via Draft, em 1992. 19ª escolha geral, pelos Penguins. Antes, jogava no time de Plzeň, chamado Plzeň (olha que criativo, gente). Jogou as temporadas de 92-93 e 93-94 pelos Penguins.
Foram anos diferentes para nosso amiguinho. Em 42 jogos na temporada 92-93, Marty só fez 3 gols e 13 assists (16 pontos, oras), e 29 minutos de penalidades. Nos Playoffs do mesmo ano, Straka jogou 11 vezes. 2 gols, 1 assistência, 2 minutos de castigo... Não era nenhum Evgeni Malkin, mas "tamos aí pra isso".
Como eu disse no começo, Straka jogava bem, mas tinha companheiros muito mais conhecidos. Em 93-94 ele mostrou mais do que sabe. Jogou 84 jogos na temporada regular (ou seja: praticamente todos, né?). 30 gols, 34 assistências. Uau, 64 pontos. Pena que ele jogou só 6 jogos nos playoffs e fez um gol. SÓ. Mas mostrou o que sabia, mesmo jogando ao lado de Lemieux e Jagr.
Só que em 94-95 ele perdeu o fôlego. Com 31 jogos, 4 gols e 12 assistências, a diretoria achou melhor mandar Straka ir passear. Marty entendeu o recado e começou sua fama de ambulante. Passou por Senators, Islanders e Panthers.
Senators, Islanders e Panthers. Eu preferia nadar em gelatina podre.
Mas o Destino, esse filho da puta imponderável, chamou. Em 97-98, Straka retornaria para a Cidade de Aço. Na primeira temporada sem Super Mario, talvez esse checo meio esquisito tivesse uma chance...
Festa estranha com gente esquisita. Straka é o da esquerda, do lado do Mr. Mullet.
A temporada era tão estranha, que Pittsburgh era da divisão nordeste. Sim, estávamos com Montréal e Boston e esses aí. Straka queria brilhar, claro. Com 75 jogos, 19 gols e 23 assistências (mais 6 jogos e 2 gols nos playoffs), julguem por vocês mesmos. Para a diretoria, foi o suficiente, pois Straka ficaria por mais tempo no time.
98-99: 80 jogos, 35 gols, 48 assists; 13 jogos, 6 gols e 9 assists nos playoffs.
99-00: 71 jogos, 20 gols, 39 assists; mais 11 jogos, 3 gols e 9 passes depois.
00-01: 82 jogos, 27 gols, 68 assists; e nos playoffs 18 jogos, 5 gols e 8 assists.
Aí veio a temporada 2001-02. Jaromir Jagr faria sua saída melancólica de Pittsburgh. Começariam anos nebulosos e tensos pra caralho, forçando a volta de Mario Lemieux e aquelas temporadas horrendas.
Quem estava lá? Marty, pelo menos por um pouco.
2001-02 foi uma temporada horrível pra caralho. Hedberg e Aubin no gol? Vocês, crianças que só viram Fleury no gol e uns VTs do Barasso, imagina ter no gol só o Sabourin e o Garon. Arrepiou a gengiva, né?
Straka jogou pouco, só 13 vezes. 5 gols e 9 assists pra 13 pontos. Pra vocês terem uma ideia, nosso líder de pontos foi o ALEXEI KOVALEV (que mereceria uma homenagem em especial também), com 76 pontos (32G, 44A).
"Ano de merda", talvez pensasse Straka, "vou tentar de novo ano que vem."
"Toca aqui, negada, vou ficar mais um ano"
Mas 2002-03 seria outro ano feito de cocô cagado e lantejoulas.
Olhem pra nossa campanha atual: 32 vitórias, 10 derrotas; e nem acabou o ano.
Nossa campanha em 2002-03: 27 vitórias, 44 derrotas, 6 empates, 5 derrotas na prorrogação. Com 40 jogos a mais, o time de 2002 ganhou menos jogos que o MONSTRO de 2013. Tudo bem, dá pra entender.
Mas Mario tinha voltado bem, pontuava legal, mesmo com as lutas fora do gelo pela saúde. E porra, o Straka foi o terceiro melhor do time! Atrás apenas do #66 e de Kovalev, o nariz mais sexy da liga. Straka jogou 60 jogos, 18 gols e 28 assists pro bolso dele. 46 pontos, já roubaria a vaga do Tyler Kennedy no time atual.
É, tava bom. Só que 2003-04 foi brochante. Tudo bem, foi o ano que escolhemos Fleury, e resistimos a vontade de colocar ele direto no gol ao invés de aturarmos Caron e Aubin. Valeu a pena.
Voltando ao Marty, o último ano dele em Pittsburgh foi uma merda. 22 jogos apenas, 4 gols e 8 assists, era hora dele ir passear. Mandaram ele pra Los Angeles, e infelizmente não o vimos mais defender nosso time.
Jogou mais 3 anos pelos Rangers e voltou pra Plzeň, no time chamado Plzeň da cidade de Plzeň. Sim, eu fiz copy-and-paste da Wikipedia, porque eu não sei fazer o acento final de Plzeň.
Ligas européias e seus uniformes estilo lista telefônica.
Hoje eu admito que Straka podia ter sido menos azarado. Se o Kovalev conseguiu se destacar nos anos de trevas, Marty também podia.
Se não gostaram da coluna, avisem que eu taco fogo. Mas se porventura gostarem, aceito sugestões. Quem será o próximo esquecido a ser lembrado pelo PensFanatics? Agora que diz a lenda que temos Twitter, mandem por lá, ou pelo grupo do face, ou pelos comentários do blog, ou pelo meu telefone. Mentira. não vou dar meu número aqui, mesmo se alguém quisesse.
Mas participem, esse blog é feito pra vocês, mesmo. Até a próxima, sonhem com Marty!
